Duna parte 2 - O melhor filme de 2024 (até agora)
- Marcelo De Araujo Leonardo
- 11 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Antes de Duna: Parte 2 chegar ao público geral vi inúmeras notícias dizendo que esse era "O melhor filme de ficção científica de todos os tempos" e eu pensava que talvez fosse um pouco de sensacionalismo da parte deles porque seria impossível ser melhor que a primeira trilogia de Star Wars, ou o maravilhoso Blade Runner ou o clássico Uma Odisséia no Espaço. Pois bem, tive o privilégio de ir à primeiríssima sessão pública do filme e posso afirmar com convicção que SIM, esse é o melhor filme de ficção científica de todos os tempos.

Talvez o ponto mais marcante dessa obra-prima do diretor Denis Villeneuve seja a sua cinematografia impressionante que, juntamente com o melhor design de produção e direção de arte da atualidade, consegue te transportar diretamente para o planeta Arrakis e trazer uma imersão tão profunda, capaz de gerar calafrios nas diversas cenas de ação e guerra estonteantes. Se você achou a Parte 1 bonita, nessa sequência você vai se apaixonar pelo planeta desértico e toda a sua beleza e ter arrepios na espinha quando pousar no planeta natal dos Harkonnen, o monocromático de sol negro Giedi Prime, que inclusive é uma das sequências mais bem fotografadas do filme.
Juntamente com essa fotografia tão memorável, temos uma edição extremamente assertiva que, seguindo a direção de Villeneuve, traz cenas com um ritmo tão perfeito que você esquece facilmente que está a quase 3h sentado numa poltrona de cinema. Diferente do primeiro longa, que seguiu um tom mais contemplativo, com takes mais longos, Duna: Parte 2 te leva diretamente para o front de uma batalha interestelar que só descansa em momentos extremamente específicos, para introduzir um novo Ato ou personagem importante. Com esse ritmo bem mais veloz e cenas de ação impressionantemente montadas, é impossível se entediar, diferente do que aconteceu com algumas pessoas no filme anterior, que esperavam um si-fi épico.

Por fim, o maior trunfo do filme está em seu roteiro. Sua história é tão bem escrita que não só consegue trazer a qualidade que trouxe para esse longa metragem, como também teve a capacidade de aprimorar a qualidade de seu antecessor, trazendo uma nova importância para a Parte 1, que agora funciona perfeitamente como uma verdadeira introdução (que inclusive já era sua intenção, mas que com algumas pequenas falhas acabou não agradando a todos) e a torna parte de um só grande filme de 6 horas de duração, funcionando como uma base extremamente firme. Não só isso, mas esse roteiro tão maestral consegue amarrar todas as pontas que construiu, ao longo de 2h47 minutos, que são tão bem segmentadas que torna o seu tempo longo uma mera nota de rodapé, ao mesmo tempo que amarra também as promessas da Parte 1 fechando com chave de ouro com um final de extremo clímax e satisfação. Sem contar que ainda consegue criar um novo fundamento para uma quase certa Parte 3.

Embora seja sim um filme que marcará a história do cinema, não dá pra dizer que é um filme perfeito e tenho que dar o braço a torcer em dois pontos que me incomodaram levemente (mas não ao ponto de diminuir essa nota). O primeiro está nos novos personagens, que, embora sejam bem construídos e tem uma grande importância, levando em consideração as escalações de grande renome como Christopher Walker e Florence Pugh, talvez tenham suas cenas meios escassas demais, com pequenas participações em momentos chaves e exposições de trama. Outro ponto a se notar seria a sua trilha sonora que acaba sendo bem menos marcante que Duna: Parte 1. Mesmo sendo performadas pelo esplêndido Hans Zimmer, sinto que faltou a autoridade e impacto que o filme anterior trazia.
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